quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

AVALIAÇÃO DO PRIMEIRO ANO DE MANDATO DO GOVERNO SALAME

Já se passaram mais de 365 dias de governo Salame e o que se visualiza é a continuidade do desgoverno Maurino. O povo já não tem paciência de escutar a mesma explicação para tudo de errado que continua acontecendo em Marabá. Passou um ano e nada de significativo mudou na cidade, poderíamos perguntar às pessoas o que elas viram de mudança em 2013, e com certeza a resposta seria “não mudou nada!”.
            As ações do prefeito estão parecidas ou senão pior que as do Maurino, vejam alguns exemplos: promessas constantes, parece que a campanha eleitoral não terminou para ele; atraso no salário dos servidores, principalmente da educação; falta de remédios e vacina nos postos de saúde; operação tapa buraco nem se fala, se as ruas do centro de Marabá estão esburacadas imagina as da periferia; perseguição aos trabalhadores através de suposto grupo de “inteligência”.
            Nós do PSOL-MARABÀ até que gostaríamos de fazer uma análise positiva da situação de Marabá. Mas infelizmente isso não é possível, pois, as promessas de campanha que o Salame propagou para se eleger como prefeito, não está sendo cumprida, nem parcialmente, como por exemplo, as UPAs, os 500 km de asfalto, a climatização nas salas de aulas, os computadores para os alunos, os médicos da família e muito mais. E o que está sendo feito não é de sua responsabilidade, mas tenta tirar proveito, com a obra de saneamento denominada de “Grota do Aeroporto” é do Governo Federal com recursos do PAC, e o governo do Salame se aproveita parafazer mídia para seu fracassado governo.
            Poderíamos passar um bom tempo relatando às obras não realizadas pelo Salame, mas não há tempo para tanto. Porém, é necessário enfatizar algumas que não foram apresentadas no programa do Salame, mas está querendo empurrar de goela abaixo no povo marabaense: privatizar a saúde, e terceirizar todos serviços das áreas sócias, tirar direitos adquiridos pelos professores, atrasar as matrículas dos alunos, superlotar as salas de aulas, tirando a possibilidade de o professor proferir uma boa aula.
            Além de tudo isso ainda tem o “MENSALINHO” que foi anunciado pelo João blá, blá, até agora não mostrou para a sociedade marabaense quem são os vereadores sugadores do nosso dinheiro. A câmara municipal permanece com as mesmas regalias, será se o “MENSALINHO” permanece no governo Salame?
            Não podemos esquecer das casas populares que estão sendo entregues para o povo. Essas casas não estão sendo bem construídas, muitas delas estão rachadas, sem lajotas no piso, o esgoto entupido. Esses conjuntos residenciais são entregues sem escola, sem posto de saúde, sem transporte e sem segurança. As áreas de lazer como as praças são entregues sem os bancos e as quadras de esporte já estão em péssimo estado.
                Nós do PSOL compreendemos que só poderá haver mudança com muita luta. O mês de junho de 2013 entrou na história, desestabilizou governos estaduais e municipais recém eleitos, o povo foi para rua exigindo mudanças, pois está cansado de descaso com saúde, educação, segurança e transporte. O povo reprovou que milhões sejam gastos com estádios, enquanto nenhuma escola é construída. Em Marabá tivemos manifestações também, o povo se indignou, foi para rua exigir redução da tarifa de ônibus e contra a terceirização dos hospitais municipais, infelizmente, o prefeito não deu ouvido para as manifestações. É preciso que junho de 2013 se repita com mais força em 2014.
Temos que continuar reivindicando a pauta entregue em Junho. Redução da tarifa de ônibus, imediata convocação da Conferência Municipal de Saúde para escolha do novo conselho de Saúde legítimo e não a terceirização dos hospitais municipais.
            Deixamos nosso total apoio a luta dos trabalhadores da educação que estão em greve defendendo seus direitos conquistados, e que o Prefeito João Salame quer tirar. Exemplo claro da falta de palavra do prefeito, que chegou a assinar uma carta de compromisso com a categoria.


Executiva Municipal
Filie-se ao PSOL

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

POSSE DIRETORIO MUNICIPAL PSOL MARABÁ


No sábado dia 14 de dezembro de 2013, foi dado posse ao novo Diretório Municipal do Psol em Marabá, o evento ocorreu mediante um curso de formação ao militantes com o tema "Eco socialismo" ministrado pelo companheiro Mauricio Matos. Ao final foram empossados os membros do Diretório, conforme quadro abaixo.
Estiveram prestigiando o evento, companheiros Oebem Barbosa e Lucia Soares de Palmas - To, Claudionor Farias de Colinas -To,  Araguaina-To, Pedro Maia e Mauricio de  Belém - Pa.

Imagens: Manoel Rodrigues

MEMBROS DO DIRETÓRIO
Membros do Diretório e convidado

DIRETÓRIO MUNICIPAL DO PARTIDO SOCIALISMO E LIBERDADE - PSOL
Endereço: FOLHA 29 QUADRA 23 LOTE 21      CEP 68506-570
Telefone: 33222476

EXECUTIVA DO DIRETÓRIO MUNICIPAL DO PSOL DE MARABÁ
CARGO
NOME
ENDEREÇO Resid(rua, nº, bairro, CEP)/Eletrônico
Tel/fixo e celular
Presidente
RIGLER DA COSTA ARAGÃO
FOLHA 28 QUADRA 47 LOTE 2 CEP
68506470
(94)92324617
Secretário Geral
MANOEL RODRIGUES DA SILVA
FOLHA 29 QUADRA 23 LOTE 21     CEP
68506470
(94)81144220
Secretária de Finanças
OTÁVIO BARBOSA DE SOUSA
FOLHA 29 QUADRA 23 LOTE 21 CEP
68506470
(94)91120957 e 33222476
Secretário de Movimentos Sociais
RIBAMAR RIBEIRO JUNIOR
AV. ANTONIO MAIA 1727 ALTOS – MARABÁ PIONEIRA CEP 68500-005
(94)91314742
Secretaria de formação
ARNALDO DOS SANTOS FERREIRA
FOLHA 18 Qd 04 Lt 22 CEP
68506470
(94)9161-0560


Demais membros do DIRETÓRIO MUNICIPAL DO PSOL DE MARABÁ

NOME
ENDEREÇO Resid(rua, nº, bairro, CEP)/Eletrônico
Tel/fixo e celular
ALYSSON CLEBER NEGREIROS ALVES
FOLHA 29, QUADRA 19 LT 21C
68504470
(94)91302255
BENTO FERREIRA DA SILVA

Folha12 Quadra 17 Lote  07 CEP
68500-005
94- 9134-9776

Membro do Diretório
FRANCILENE PEREIRA DE OLIVEIRA
FOLHA 29 QUADRA 10 LOTE 22 CEP
68504470
(94)81251691
Membro do Diretório
JULLIANNE LIMA DA SILVA
FOLHA 29 QUADRA 08 LOTE 26 C EP
68506470
(94)91063415

SUPLENTES
Eliane Raíssa Ribeiro Silva

Endereço: Rua Rio Preto, 125 Bairro: Novo Horizonte CEP:68500000
(94)91858303
Ricardo Inácio Fernandes
FOLHA 29 QUADRA 10 LOTE 22 CEP  68504470
(94)81251691


CONSELHO FISCAL
NOME
ENDEREÇO Resid(rua, nº, bairro, CEP)/Eletrônico
Tel/fixo e celul
 HEITON NONATO DA SILVA
Rua Paulo Fonteles Quadra 14 Lt 09
(94)92619700
RAIMUNDO DE SOUSA GONÇALVES
FOLHA 29, QUADRA 19 LT 21C CEP 68504470
91542977
GILVAN SOUZA MORAES

Folha 12 Quadra 08 Lt 26 CEP 68504470
94- 91920089

COMISSÃO DE ÉTICA
NOME
ENDEREÇO Resid(rua, nº, bairro, CEP)/Eletrônico
Tel/fixo e celular
JOSÉ MESSIAS ARAÚJO

FOLHA 29, QUADRA 19 LT 21C CEP  68504470
(94)91884354
GEORGETOWN PINHEIRO RODRIGUES
Trav. 03 Outubro 230 Centro.CEP  68500090
(94)91838641
ELHO ARAÚJO COSTA
FOLHA 07 Qd 03 Lt 12 CEP  68504470
94- 9254-6496


Mauricio Matos - Belém -Pa

Grasielly,  Claudionor Farias - Colinas -To

Ribamar Ribeiro e Anaildes
Publico participante do curso de formação

Otavio Barbosa, 

Ricardo Inácio e Heitor


Oebem Barbosa e Lucia Soares -Palmas-To

Pedro Maia - Belem -Pa


   


quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

IV CONGRESSO NACIONAL DO PSOL


O 4o Congresso Nacional do PSOL realizado no período de 29 de novembro a 1o de dezembro contou com a participação de quase 400 delegados de todos os Estados do País. O Congresso revelou um partido amadurecido e convincente em suas teses que foram defendidas pela militância: 1- DEMOCRACIA REAL JÁ, NAS RUA E NO PSOL;  2- AS JORNADAS DE JUNHO, NOSSA ESTRATÉGIA E OS DESAFIOS DO PSOL; 3- PARA O PSOL CONTINUAR NECESSÁRIO; PSOL: 4 - UM PARTIDO PARA A REVOLUÇÃO BRASILEIRA; 5- AVANÇAR A RESISTÊNCIA POPULAR E DEFENDER O PSOL; 6 - POR NOVOS LEVANTE4S NO BRASIL; 7- TOMAR AS PRAÇAS E RUAS, AVANÇAR NAS CONQUISTAS RUMO AO SOCIALISMO!; 8 - POR UM PSOL AFINADO COM AS RUAS: DE LUTA, SOCIALISTA E RADICALMENTE DEMOCRÁTICO! e 9- UNIDADE SOCIALISTA POR UM PSOL POPULAR.
O evento debateu as eleições de 2014, diversas tendências do partido defenderam a efetivação de previas para a escolha do nome do candidato a presidência da Republica, porém 201 contra 186 votos decidiram que o nome fosse retirado no próprio congresso. Desta feita, dois nomes foram postos em votação: RANDOLFE RODRIGUES e LUCIANA GENRO, tendo sido o primeiro escolhido pela maioria dos votos.
Ao final foi eleito o novo Diretorio Nacional do Psol, tendo Luiz Araujo como o novo presidento do Diretorio.

O Psol de Marabá foi representado por Rigle Aragão e Manoel Rodrigues que foram em defesa das prévias para escolha do candidato a concorrer a presidência da republica nas eleições de 2014.


 Linda e maravilhosa bebê participando do IV Congresso Nacional do Psol,  projeto das futuras geraçoes
 Rigle Aragão, concentrado nos discurso de defesa de Tese.
  Gelsimar Gonzaga. Prefeito da cidade de Itaocara RJ  fala ao plenário do Congresso sobre as perseguições que vem sofrendo pela câmara de vereadores pela sua honestidade. 
 Marcelo Freixo, Deputado do RJ discursa em defesa de prévias para escolha do candidato a presidência da Republica
 Chico Alencar e Marcelo Freixo juntos pelas prévias 
 Plenário do Congresso ala (APS) Unidade na Luta  votam pela não existência das prévias e a escolha do nome de Randolfe como único candidato a presidente nas eleições de 2014
 Lideranças apoiadoras do nome de Randolfe como candidato a presidente.
 Toinha, vereadora de Fortaleza,  Gelsimar Gonzaga. Prefeito da cidade de Itaocara RJ, Roberto Robaina - Executiva Nacional do Psol, João Batista- Babá - RJ em defesa de Luciana Genro como candidata a presidência da Republica.   
 Manoel Rodrigues- Marabá-Pa e Juliana- Presidenta do Diretorio do Psol em Brasilia-DF
 Marcos Antonio -vereador -Psol Natal, Toinha - vereadora-Psol Fortaleza e Manoel Rodrigues-Marabá-Pa   
 Joao Batista, Babá -RJ e Manoel Rodrigues, no Congresso Nacional do Psol

 Plenário do Congresso Nacional do Psol
 Edmilson Rodrigues, Belém -PA, Defendendo o nome de Randolfe como candidato a  Presidente nas eleições de 2014.  
 Fernando Carneiro e Babá, de olhos e ouvidos atentos nos discursos. 

 Plenário do Congresso Nacional do Psol, Ala (Esquerda Socialista)
 Luciana Genro, fala ao plenário do IV Congresso Nacional do Psol
 Militancia do Pará anima o Congresso.
 Luciana Genro e Manoel Rodrigues
 Fernando Carneiro, defendendo sua tese

 Mulheres do Psol
          Luiz Araujo, o novo presidente do Diretório Nacional do Psol.

terça-feira, 3 de setembro de 2013

RIGLER ARAGÃO É O NOVO PRESIDENTE DO PSOL EM MARABÁ

O congresso Municipal do Psol em Marabá ocorrido no ultimo dia 31 de agosto na Universidade Federal do Pará – UFPA teve a participação de diversos militantes e convidados, onde foram discutidas teses de diversas tendências como: Ação Popular Socialista – APS; Corrente Socialista do Trabalhador – CST e Movimento de Esquerda Socialista – MES.
Ao final do debate foram apresentadas duas chapas que disputaram a eleição do Diretório Municipal do Psol, Chapa 1 apresentada por Manoel Rodrigues e Ricardo Fernandes, cujo nome a presidente do Partido o Sr. RigleR Aragão, professor efetivo da UFPA e diretor do Sindicato dos trabalhadores da UFPA.  
E a chapa 2 representada pelos companheiros Julio Cezar, Bento Ferreira, Wendel Bezerra que tinha como cabeça a professora Joyce Rebelo.
A CHAPA I ENCABEÇADA POR RIGLE FOI A VENCCEDORA.

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

CONGRESSO MUNICIPAL DO PSOL EM MARABÁ

Reuniao do Diretorio Municipal realizada dia 10/08/2013 deliberou a realização do Congresso Municipal do Psol - Marabá para o dia 31 de agosto de 2013.
O Congresso acontecerá na Universidade Federal do Pará - UFPA, Campus I - Nova Marabá, com inicio previsto para as 16:00hs. 

Durante o evento ocorrerá eleição para o novo mandato  do Diretorio Municipal  no bienio 2014/2015, também serão escolhidos Delegados que irao participar do Congresso Estadual que ocorrerá na capital do Estado.
  


domingo, 4 de agosto de 2013

Sobre os desafios do IV Congresso do PSOL.


                                                                                   Luciana Genro
Esta semana teve início oficialmente o período de debates que culminará no 4º Congresso Nacional do PSOL. Sem dúvida estamos em um momento privilegiado para fazer o debate político. As jornadas de junho deixaram uma marca nova na conjuntura política do país, apontando uma situação de instabilidade permanente para a classe dominante.
Foram alguns dias que valeram por anos em termo de ganho de força para os de baixo. O andar de cima sacudiu, e foi visível como eles se assustaram. Cessaram, por ora, as turbulências mais agudas. Entretanto o Brasil não será mais o mesmo. As consciências avançaram anos-luz. Além das consciências, os pés também aprenderam a andar mais rápido, o que significa que a qualquer momento o inesperado pode voltar a acontecer.
O PSOL tem uma grande responsabilidade, portanto. Nossa missão estratégica é ser capaz de dar um sentido universal para o mosaico de reivindicações e necessidades do povo que irromperam na cena política nas passeatas de junho e que seguem em pauta. Este sentido universal é um programa, uma proposta para um novo poder, um poder das ruas. Nosso Congresso tem que apontar esta saída, que só pode ser anticapitalista e anti-regime. Contra os velhos aparatos, propomos a ação direta.
Para isso é incabível a proposta de que o PSOL venha a integrar o Foro de São Paulo, feita pela tese Unidade Socialista por um PSOL Popular. Este Foro, justamente por estar dirigido pelo PT, simboliza os aparatos burocráticos que foram rejeitados pelas ruas em junho. Quem propõe isso não entendeu nada do que aconteceu no Brasil, e na prática está defendendo que o PSOL fique a reboque da ala esquerda do PT. Não é nos associando a um grupo hegemonizado por partidos que defendem e sustentam as instituições desta democracia para poucos e este modelo econômico concentrador, rentista e excludente que vamos nos credenciar para ser uma alternativa. Esta proposta sintetiza uma divergência profunda que temos no PSOL, sobre o caráter do partido que queremos construir.
Nossa associação tem que ser com partidos como a Syriza da Grécia, irredutível na luta contra os ajuste, e com os movimentos juvenis e populares que atropelaram os aparatos e desde 2011 estão fazendo a diferença nas ruas mundo afora.
No Brasil o principal é que nosso partido seja fiel a junho, isto é, reivindique a fundo o método da mobilização, da ação direta do povo para avançar em conquistas imediatas. A hora é de arrancar vitórias, temos que fazer a nossa parte. Contra a mesmice da pequena política , propomos uma Assembléia Popular Constituinte que reorganize o país sob novas bases, de democracia real, política e econômica. Para eleger esta Assembléia, medidas de urgência na política eleitoral, impedindo que os mesmos de sempre sigam dominando.
Para nos fortalecer para a disputa de 2014, momento importante de disputa de rumos do país, o ideal é que tivéssemos logo um nome para apresentar como candidat@ a Presidente. Não podemos esperar até junho do ano que vem, data das convenções oficiais. Me sinto honrada pelo fato do meu nome ser indicado abertamente por duas das teses, a do MES,em conjunto com o mandato do deputado Giannazi, e a da CST, do meu querido amigo e fundador do PSOL junto comigo, ex deputado Babá. Mas é preocupante que a maioria das teses apresentadas ao Congresso não tenham abordado este tema de forma objetiva, apresentando um nome para a disputa. Se os delegados forem eleitos ao Congresso sem esta definição, na prática a base do partido não vai decidir diretamente este tema. E ele é muito importante para não passar pelo crivo de toda a militância, e não só dos delegados que serão eleitos ao Congresso. Lutamos por uma democracia real e direta no Brasil e no PSOL não pode ser diferente. 

terça-feira, 2 de julho de 2013

Marcas dos novos tempos: O levante brasileiro sob perspectiva internacional

Frederico Henriques*

Os últimos 20 dias foram cheios de análises políticas tentando compreender quem saia às ruas, quais eram suas principais reivindicações e tantas outras perguntas tão novas quanto o momento que surgia. Enquanto alguns articulistas buscavam respostas nos fundadores do pensamento brasileiro, outros procuravam na corrupção ou no nosso sistema político.
No calor do momento é difícil refletir o que se tem passado no Brasil. As análises, muitas vezes parciais e incompletas, tentam buscar as peças desse novo quebra-cabeça que nem os mais proeminentes políticos conseguiram prever. Apesar dessa dificuldade, a necessidade de produzir reflexões neste momento se torna fundamental, exatamente para poder intervir de maneira contundente num tempo em que multidões tomam as ruas e a história se acelera.
Por isso gostaria de levantar alguns pontos a serem refletidos sobre a nossa realidade que tratará muito menos de especificidades do Brasil e mais de fatores que tem percorrido as revoltas e protestos iniciados em 2011 ao redor do mundo, principalmente sob cinco eixos relevantes: Internet e imagens, Rupturas no regime, Refundação da nação, Democracia e Internacionalismo.
Nos ater à forma que se deu e como se encaminhou os protestos ao redor do globo nos ajudará a entender melhor como se desenvolve o nosso levante juvenil e popular. Nota-se que a forma como os eixos se dão em cada caso não é igual, pois a realidade política, cultural e econômica de cada país faz com que estes pontos a serem destacados se desenvolvam de forma desigual e combinada em cada um dos processos.
Internet e as imagens
Muito já tem se falado da internet. A organização das manifestações, a horizontalidade, o potencial das redes sociais para contra-informação das mídias tradicionais, a velocidade da informação e o lastro de solidariedade. Gostaria de tratar sobre as imagens, algo que se transformou em central na divulgação por estes meios.
mulher-de-vermelho-turquia-rtr-5 A imagem da menina de vermelho sendo reprimida com spray de pimenta já dizia tudo o que se passava na Turquia, a foto de Khaled Said torturado se transformou num dos símbolos da revolução egípcia, as chamas no entorno do corpo de Mohamed Bouazizi foi o estopim da revolução tunisiana. No Brasil não foi diferente. A brutalidade que a polícia usou na repressão aos jovens no dia 13 Junho em São Paulo, foi marcado pela foto da jornalista da Folha atingida por uma bala de borracha no olho e a de um casal sendo agredido no ponto de ônibus.
O que todas essas imagens têm em comum, além de cenas fortes com algum grau de violência, é a mistura de um protesto pacífico e uma reivindicação justa. Esta iconografia, disseminada rapidamente pela internet, nos faz de imediato escolher um lado, e mais, nos identificar com a luta do oprimido.
Por outro lado, os vídeos de limpeza e o cuidado com o espaço público (como visto em Tahrir ou em Puerta del Sol) e mesmo a organização e união nos “Occupys”, reafirmam mais do que nunca este sentimento de solidariedade.
O número de celulares e câmeras nos atos do Egito não era menor do que nas passeatas brasileiras. Mais do que uma necessidade de contra-informação, o que leva os jovens a produzir estas imagens é a possibilidade de divulgar a mensagem pela rede. Vídeos que mostravam manifestantes gritando “Sem Violência”, no Brasil, ou “Selmeya” (sem violência) no Egito, sendo agredidos pelo autoritarismo do Estatal, mostram um pouco da crise social que vive cada uma destas sociedades.

A velocidade da informação hoje, pede alternativas rápidas. E é ai que entram as imagens-símbolo. As mesmas que serão compartilhadas aos milhares e que permitirão a passagem da informação muito mais rápido do que, por exemplo, um texto.
Afinal como diz o ditado, uma imagem diz mais que mil palavras.

Rupturas no regime
Nas ditaduras, a incapacidade do regime em absorver as mudanças e as ondas de violência, faz com que problemas econômicos ou democráticos se transformem rapidamente em anti-regime. Nas democracias com “eleições limpas” e regulares (como na Europa ou no Brasil) a crítica atinge diretamente o sistema representativo.
Os políticos profissionais e seus partidos são os primeiros a serem atingidos com a insatisfação da população. A alternância no poder de diversas siglas aplicando programas muito similares com um claro distanciamento dos anseios populares, junto à corrupção, negociatas e manobras tudo para gerenciar a máquina do Estado e repartir privilégios faz com que esta crise se agrave.
É esta partidocracia (termo cunhado pelos espanhóis) que fez com que os brasileiros expressassem o desgaste da política partidária nas ruas, em forma de rechaço às bandeiras.
A segunda ruptura com o regime é a econômica, catalizada pelo enfrentamento ao capital financeiro. Ela se dá especialmente na Europa e ganha seus contorno no combate à Troika (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional) com sua política de austeridade e retirada de direitos.
Estas rupturas tiveram como resultado nos regimes democráticos a alternância, desgaste da situação e fortalecimento da oposição. Podemos destacar a derrota gritante do PSOE, os sociais-democratas espanhóis nas eleições em 2011, e a criação de alternativas anti-regime, como o humorista Grillo, na Itália, ou a esquerda radical, como o Syriza no caso grego.
A queda livre na qual se encontra a aprovação do governo Dilma nas pesquisas é um bom indicativo dessa tendência, que provavelmente deve ser seguida pelos governos estaduais e municipais.
Por fim é importante destacar que apesar dos indicadores econômicos terem piorado, a crise econômica não atingiu de forma contundente o Brasil. Esta característica faz com que os políticos brasileiros ainda tenham margem para tentar satisfazer as ruas.
Refundação da nação
Na Turquia, um mar de bandeiras vermelhas cobriram Esmirna, no Egito uma bandeira gigante foi estendida em Tahrir, na Líbia os rebeldes trouxeram de volta sua bandeira original. Aqui no Brasil os neo-carapintadas também carregam a bandeira do país e cantam hinos em quase todas as passeatas.
O que todos têm em comum? Um sentimento de refundar a nação.
e01_08967231 Seja a necessidade da construção de um NOVO Egito, ou o retorno do kemalismo na Turquia, também são recheadas destes ideais. Mesmo na Europa o fortalecimento dos nacionalismos na Galiza, Catalunha e no País Basco, ou à necessidade de uma nova independência na Grécia estão ligados à ideia de repensar a nação.
Esta construção se dá de diferentes formas em cada região. No mediterrâneo europeu este nacionalismo se dá no combate ao imperialismo alemão, enquanto no mundo árabe é a conquista de democracia e direitos. No Brasil o resgate da bandeira se dá no questionamento do sistema corrupto e nos gastos inapropriados dos governantes.
Apesar de esta ideia ter características progressivas, a exemplo da luta anti-imperialista e da busca de justiça e liberdade, também abre espaço para grupos conservadores e de extrema direita atuarem, como o caso da Aurora Dourada, na Grécia, ou alguns pequenos grupos de ultranacionalistas no Brasil.
Democracia
Este eixo é a toada da onda de levantes mundo a fora. As próprias convocatórias por meio das redes sociais, a ausência de carros de som, a disseminação de vários focos e a horizontalidade do movimento já é um fator chave para se discutir a democracia em todos esses processos. Até mesmo a necessidade de combinar as mais diversas demandas e massificar o processo só é possível pela força da diversidade que essas novas formas de organização conseguem agregar.
A democracia é apresentada com inúmeras facetas: a representativa “tradicional” contra regimes autoritários, a incorporação das ditas minorias (mulheres, negros, indígenas, minorias religiosas e étnicas), a transparência como combate à corrupção na política e nos negócios, o poder de participação na decisão dos gastos públicos e até mesmo pela necessidade de se incorporar novas formas de democracia que avancem além dos pleitos partidários e eleitorais.
democraciarealya.. Da derrubada dos ditadores no mundo Árabe à “Democracia Real” da Europa, a necessidade de questionar o controle, dos meios de comunicação ou do Estado, e exaltar a participação direta nos processos de decisão são elementos centrais.
No Brasil bandeiras como “Fora Rede Globo”, desmilitarização da polícia e a necessidade de colocar a pauta de novas formas de democracia suprapartidária são elementos importantes que indicam a importância deste eixo.
Internacionalismo
Após a queda de Mubarak, em 11 de fevereiro de 2011 no Egito, diversos vídeos saudavam seus irmãos Tunisianos que mostraram o caminho. A superexposição do processo egípcio fez com que o seu modelo se espalhasse na dimensão e na velocidade das redes. As bandeiras da Líbia, Tunísia, Síria e Egito estavam presentes por todo mundo árabe. A solidariedade com o povo palestino é outra característica presente da revolução tunisiana, em 2011, ao levante Turco deste ano.
Tahrir se transformou em Puerta del Sol, em Madrid, ou os inúmeros Occupys nos Estados Unidos. As páginas de solidariedade nas redes e os protestos na frente das embaixadas ao redor do mundo também deram outra cara neste movimento internacional. Assim como Wall Street e o mercado financeiro se transformaram em alvos nos EUA e na Europa do mediterrâneo.

A luta anti-imperialista também tomou fortes contornos, seja pela guerra injustificada no Iraque e Afeganistão no mundo Árabe e no próprio Estados Unidos, ou o imperialismo alemão por toda a Europa, especialmente na região do Euro.
No Brasil, apesar de menos gritante, este aspecto se destaca pelo enfrentamento à FIFA (exatamente no país do futebol) ou nas inúmeras citações de solidariedade a outros países nos cartazes. De maneira mais lateral a questão dos leilões das bacias petrolíferas e aos banqueiros também têm o seu espaço.

Marcas permanentes
Quase cinco anos depois do primeiro levante grego é que o Syriza se tornou alternativa real para seu povo. Dois anos depois da queda da ditadura de Mubarak é que o povo volta às ruas exigindo de volta seus sonhos roubados pelos militares e pela Irmandade Muçulmana. O povo português está há quase dois anos nas ruas para que o Bloco de Esquerda passe a polarizar o país.
VAI 2 É a primeira vez depois do processo de redemocratização e o “Fora Collor” que o Brasil passa a ver manifestações de dezenas de milhares de pessoas. É a primeira vez na Nova República em que o movimento de massas não tem como referência o Partido dos Trabalhadores ou os partidos tradicionais. Tempos de ousar.
As vitórias nas ruas fizeram o jogo virar. Longe de ser o fim, este é o começo de um novo momento para o Brasil. Hoje em dia milhares de jovens estão se formando na luta de classes, centenas de novas lideranças estão sendo criadas por inúmeras cidades de nosso país. No momento em que as referências do PT, PSDB, PSB, PCdoB, PSDB, PMDB entre outras estão se dissolvendo, cabe à esquerda radical e consequente apresentar uma alternativa, organizando cada vez mais jovens e trabalhadores em suas fileiras. O governo e economistas tradicionais já apontam uma crise econômica mais intensa no horizonte. As fissuras estão se abrindo. É tempo de práxis neste novo mundo que se apresenta.

Frederico Henriques é professor e militante do PSOL/RN.

Fonte: Fundação Lauro Campos