Rigler Aragão*
A juventude mais uma vez toma as
ruas das maiores capitais do país. O motivo é o reajuste das tarifas de ônibus,
que atende a necessidade de lucro de meia dúzia de empresários que oferecem um
péssimo serviço de transporte coletivo a população. Os jovens de São Paulo e
Rio de Janeiro dão o exemplo a ser seguido por todo país, mostram que estão
atentos aos problemas sociais e querem fazer parte da história política do
país.
Essas manifestações contra o
reajuste de tarifas de ônibus que ocorreram esta semana em várias capitais do
país não podem ser analisadas como fatos isolados da conjuntura nacional. Essas
ações ganham força e mobilizam um número maior de jovens e trabalhadores por
estarem relacionadas a estagnação econômica que vive o país, o descontrole da
inflação e falta de política para juventude, que sofre com o desemprego,
violência e que está se conectando com a juventude indignada que ocupa as
praças e ruas de vários países, lutando por um outro futuro.
Infelizmente, a criminalização
deste movimento está ocorrendo. Primeiro, pela violência policial, agindo de
forma truculenta, espancando estudantes e jovens trabalhadores que exercem seu
direito de se manifestar, atitude que lembra a repressão e o policiamento dos
movimentos sociais durante a ditadura militar. Segundo, pelos meios de
comunicação, que tentam marginalizar o movimento dizendo que é baderneiro,
violento e sem representatividade, descaracterizando um movimento político
legítimo. No caso de São Paulo a juventude desafia a aliança PT/PSDB, duas
máquinas partidárias, que representam os empresários e coordenam a repressão
policial.
Esse movimento já é nacional.
Romperam o bloqueio da mídia e a violência policial, e se expressa em todo
país, através da solidariedade nas redes sociais, nas universidades e escolas.
É hora de intensificar em cada cidade de grande e médio porte a luta que passa
pelo questionamento do transporte público, mas que tem haver com direito a
cidade, política para juventude, como acesso a educação de qualidade, emprego,
lazer, cultura e muito mais.
*Professor da UFPA – Campus de
Marabá e militante do PSOL
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